Pouco depois de o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidir colocar em votação um novo texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para reduzir a maioridade penal, o parlamentar foi comparado ao Fluminense — tradicional clube de futebol do Rio de Janeiro — nesta quarta-feira (1º).
Na tribuna da Câmara, o deputado petista Paulo Pimenta (RS) deu um recado claro a Cunha: “Se essa Casa fosse o Brasileirão, o presidente certamente seria o Fluminense. Quando perde, não aceita e vai para o tapetão”.
A comparação com o clube carioca ocorreu porque a proposta da redução da maioridade penal, de 18 anos para 16 anos e exclusivamente no caso de crimes hediondos, já havia sido derrotada na madrugada desta quarta-feira. Hoje, porém, Cunha decidiu aceitar a proposta nova e votar o novo texto.
O Fluminense ganhou o noticiário nacional em 2013 com a fama de levar vantagem no chamado “tapetão”, quando conseguiu evitar um rebaixamento no Campeonato Brasileiro na Justiça. Na ocasião, a Portuguesa, que havia escalado um jogador irregular, acabou rebaixada.
Não foi a primeira vez, porém, que o Fluminense conseguiu reverter situações adversas na Justiça. Em 1996, aconteceu a primeira manobra da diretoria, quando o Tricolor foi rebaixado após terminar o campeonato em 23º lugar.
Graças a uma virada de mesa, o clube carioca permaneceu na Primeira Divisão. Na ocasião, a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, alegou problemas de arbitragem e “salvou” o Fluminense.
No ano seguinte, em 1997, enfim, o Fluminense acabou rebaixado do Brasileirão. Posteriormente, em 1998, uma campanha pífia na Segunda Divisão levou o Tricolor carioca à Série C da competição. Desta vez sem nenhum caso de tapetão.